Governo do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa,
Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro, Teatro Glaucio Gill,
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura,
Dulce Penna e Bloco Pi Produções apresentam
Texto e atuação
Rafael
Souza-Ribeiro
Direção
Dulce Penna
Direção de Produção
Damiana Inês
Governo do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro, Teatro Glaucio Gill, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, Dulce Penna e Bloco Pi Produções apresentam
Texto e atuação
Rafael
Souza-Ribeiro
Direção
Dulce Penna
Direção de Produção
Damiana Inês
JONATHAN nasceu num mundo sem luz elétrica. Mas com vaga-lumes. Não havia telefones, menos ainda rede social. Mas havia silêncio. Ao longo de quase dois séculos, Jonathan testemunhou alguns dos maiores horrores produzidos pela humanidade. Escravização, genocídios. Ele ouviu quando explodiu a primeira bomba atômica e também quando um samba de Jorge Aragão ressoou em Marte, na voz de Beth Carvalho. Viu Impérios se erguerem e depois ruírem. Viu líderes perderem o brilho e outros surgirem das trevas.
Viu Josephine Baker dançar como seu corpo queria, viu Malala renascer com a força de mil fênices, viu Maria Firmina dos Reis lançar o primeiro romance abolicionista do Brasil, viu Marsha P. Johnson enfrentar a brutalidade e a ignorância. Jonathan sobreviveu ao exílio forçado, ao colonialismo, a duas guerras mundiais, uma guerra fria, sobreviveu ao fim dos Beatles, ao surgimento do Oasis, ao bug do milênio, a uma pandemia. No fundo, bem no fundo, Jonathan sobrevive a nós.
PEQUENO GLOSSÁRIO de JONATHAN
Casa do cacha-prego – lonjura indefinida, próxima ao lugar onde Judas perdeu as botas
Comeu o toco – espinafrou
Fé das unhas – forma carinhosa de dizer “demônio trevoso”
Fudevu – babado, confusão e gritaria
Ingrisia – gritaria incompreensível, derivada de inglesia, ingleses falando
Insiquerado – obcecado, fascinado e anestesiado
Lambrecar – toloscar
Magarefe – açougueiro
Murundu – amontoado de qualquer coisa
Porzana – galinhão d’água que usa meia soquete
Testudine – nome científico para tartarugas
Tirando uma palha – cochilando enquanto o mundo explode
Toloscar – lambrecar
Vendendo azeite – p. da vida
O Dicionário Aurélio assim define a palavra MITO: “Fato ou passagem dos tempos fabulosos; tradição que, sob forma de alegoria, deixa entrever um fato natural, histórico ou filosófico; (sentido figurado) coisa inacreditável, sem realidade”.
Poderíamos então simplesmente dizer que um mito é mentira? Que o tempo do mito é fora da história? Que ele sempre esconde alguma coisa, guarda uma mensagem a ser decifrada?
O mito não parece estar muito preocupado com o tempo dos homens, com a verdade, e sua dimensão não cabe em um verbete.
Para Jung, os mitos habitam a mente humana no chamado inconsciente coletivo, uma forma de memória compartilhada da experiência coletiva. Seja como for, sua presença é perene e não se tem notícia de cultura ou civilização que não possua suas mitologias para explicar a si mesma. Ao redor delas se erguem religiões, concepções de mundo, falácias, saberes milenares, teatro.
O mito é da ordem do simbólico, não do significado. Não se deixa capturar facilmente. Que assim seja. Que permaneça livre.
Dulce Penna
Uma história tem muitos começos. A gente nunca vai saber todos eles. Nunca se sabe que um começo é um começo quando ele acaba de começar. Alguns começos são puramente invenção. Dizem pra você: começou! Botam num livro e fica sendo começo pra sempre. Enquanto isso tem começo que se perde na espuma do mar, na névoa do tempo. Começo que é recomeço. Começo que nunca acaba. Começo que já é final. Se por um lado, o fim só acaba quando termina, quando começa o começo? Minha vida começa muitas vezes. Quando nasço. Quando me mudo pro Rio. Quando dou o primeiro beijo ou perco o primeiro dente.
Quando sinto a primeira solidão, levo o primeiro soco, quando deixo meu cabelo crescer, quando levo a primeira revista da polícia, quando desço do ônibus, quando fumo o primeiro cigarro, quando fumei o último. E também quando começa o teatro na minha vida. Há 30 anos. Esse começo começa até hoje. Eu entro no teatro, esfrego as mãos, engulo o palco com os olhos, e se por um lado não faço ideia do que vai acontecer (ô mistério!), por outro lado não quero estar em outro lugar nesse momento. 3, 2, 1. Eu vou pular. E que comece tudo de novo.
Rafael Souza-Ribeiro
Ficha Técnica
Texto e atuação Rafael Souza-Ribeiro
Direção Dulce Penna
Direção de produção Damiana Inês
Assistência de produção Denise Oliveira e Arllen Guerra
Preparação corporal Luciano Caten
Figurino Carla Ferraz
Desenho de Estampa Verônica Bechara
Costura Ateliê das Meninas
Visagismo e maquiagem Diego Nardes
Cabelo/corte Kauã Guimarães
Iluminação Paulo Denizot
Cenário Dulce Penna e Dodô Giovanetti
Cenotecnia Dianny Pereira e Dodô Giovanetti
Trilha sonora Arthur Ferreira
Operação de som Eder Martins de Souza
Arte gráfica Ludmila Valente | Brainstorm Design
Intérprete de libras Claudia Chelque
Assessoria de imprensa Lyvia Rodrigues | Aquela Que Divulga
Fotografia Renato Mangolin
Ficha Técnica
Texto e atuação Rafael Souza-Ribeiro
Direção Dulce Penna
Direção de produção Damiana Inês
Assistência de produção Denise Oliveira e Arllen Guerra
Preparação corporal Luciano Caten
Figurino Carla Ferraz
Desenho de Estampa Verônica Bechara
Costura Ateliê das Meninas
Visagismo e maquiagem Diego Nardes
Cabelo/corte Kauã Guimarães
Iluminação Paulo Denizot
Cenário Dulce Penna e Dodô Giovanetti
Cenotecnia Dianny Pereira e Dodô Giovanetti
Trilha sonora Arthur Ferreira
Operação de som Eder Martins de Souza
Arte gráfica Ludmila Valente | Brainstorm Design
Intérprete de libras Claudia Chelque
Assessoria de imprensa Lyvia Rodrigues | Aquela Que Divulga
Fotografia Renato Mangolin
AGRADECIMENTOS
Acervo Fragmentos Vintage
Adassa Martins
Amanda Lebeis
Breno Sanches
Camila Nhary
Cecilia Ripoll
Cida de Souza
Clarissa Penna
Dani Ribeiro
Daniel Bouzas
Foguete Sonorização
Fred Maia
Gabriel Albuquerque
Giulia Trindade
Joelson Gusson
Jhonatan Irwing
Juan Salmentón
Juli Videla
Julia Gorman
Juliana Amaral
Leandro Gonçalves
Leonardo Magalhães
Luiz Henrique Sá
Luiz Santos
Maria Angelica Gomes
Patrício Reinaldo
Paula Valente
Ravi Arrabal
Renato Carrera
Ricardo Lopes
Shirley Britto
Sidnei Oliveira
Teatro Glaucio Gill & equipe
Teatro Ipanema & equipe
Tiago d’Ávila
Vanessa Neri
Verônica Carvalho
Victor Atherino
Produção:
Apoio:
Fomento: